Rodrigo Manga entra com pedido no MP para reabertura da parte externa da Feira da Barganha

Rodrigo Manga entra com pedido no MP para reabertura da parte externa da Feira da Barganha Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 14/09/2020 às 11:11
  • Atualizado 12/09/2022 às 11:11
Compartilhe:

Tempo de leitura: 00:00

Tendo como único ganha-pão suas barracas e obrigados a paralisar suas atividades desde março deste ano, devido ao início da pandemia, os vendedores que trabalham na parte externa da Feira da Barganha ainda sofrem com a restrição de funcionamento, embora na área interna a reabertura tenha acontecido no primeiro domingo de setembro (6/9).

A providência tomada pelo vereador Rodrigo Manga, para tentar apoiar essas famílias, foi fazer um encaminhamento ao Ministério Público, pedindo a reabertura das barracas na área externa da feira.

“Estou questionando a falta de respeito com o trabalhador. Isso foi feito na última sexta-feira (11/9) e esperamos que, até o início da semana, a prefeitura responda ao MP. Meu desejo é melhorar a estrutura da feira e fazer a regulamentação correta, para que todos possam trabalhar devidamente, com credencial, como é feito em qualquer outra feira-livre”.

Do último domingo (13), o vereador esteve na Feira da Barganha. “Dá para funcionar da forma como estamos aqui, com o uso de máscara, álcool em gel disponível e com as medidas de distanciamento social. Se reabriram os shoppings, as lojas, os cinemas, por que não autorizar também essas pessoas, que dependem desse trabalho para garantir o sustento de suas famílias? Dá para ter controle e reabrir”, enfatiza.

“São cerca de 200 arrimos de famílias que temos aqui, na rua. Todos ainda sem poder trabalhar e muitos estão sobrevivendo apenas com o que conseguem de doações”, conta Cícero, que faz o serviço de som e comunicação da feira.

As dificuldades são confirmadas por comerciantes, como a dona Clarice Silveira, que está, desde março, sem poder trabalhar. Em sua casa, são sete pessoas, sendo cinco delas menores de idade. “Emprego a gente também não encontra, então, a gente vai vivendo na base da boa vontade, de uma pessoa ou de outra. Hoje, vim com toda a carga, achando que ia poder funcionar e vou voltar com tudo de novo para casa”, relata.

Dona Ieda das Graças Silva vive situação semelhante. Aos 55 anos e sem contar com uma aposentadoria, a saída para encontrar sustento para a família está na venda de roupas e brinquedos na barraca montada na área externa da Feira da Barganha. “Eu estava trabalhando e juntando um dinheirinho para poder dar entrada no INSS, porque não sei o que vai acontecer mais para frente. A gente não tem saúde para continuar trabalhando assim, sinto muitas dores. Mas, por enquanto, dependo disso aqui. Saio de casa às 3h45 da manhã para poder estar aqui. E tem muita gente que está em situação até pior, está pegando coisa no contêiner de lixo para comer. É de cortar o coração”, conta dona Ieda.

Para Rodrigo Manga, essa diferenciação é injusta, principalmente quando se pensa no aspecto social de quem depende desse comércio para sobreviver. Inclusive, Manga é autor da Lei nº 12.019/2019, que institui a Feira da Barganha como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade de Sorocaba.