Cartão postal da Vila Santana, relógio da Igreja Santa Rita completa 70 anos

- 26/09/2024 às 16:52
- Atualizado 26/09/2024 às 16:52
Um dos principais cartões postais da Vila Santana e de Sorocaba completa hoje, 70 anos. Trata-se do relógio carrilhão que foi implantado no topo da torre da Igreja Santa Rita de Cássia.
O relógio que hoje faz parte do cotidiano dos moradores do bairro foi dado de presente pela Prefeitura da cidade em 26 de setembro de 1954. Desde então, as badaladas que ecoam pelo bairro a cada 15 minutos, fazem parte e ajudam na rotina da vizinhança. Mas para que o equipamento funcione em perfeita harmonia, há uma pessoa por traz, o relojoeiro e voluntário Valdinei Ambar, 42, responsável, há 36 anos, por "dar corda" no relógio semanalmente e fazer a manutenção. Profissão que herdou de seu pai. Para chegar até a máquina são 52 degraus e a manutenção é feita uma vez por ano.
O mecanismo do relógio é mecânico e pelo menos uma vez por semana o sistema precisa ser alimentado para que o maquinário continue funcionando. Três pesos alimentam a corda do relógio, explica. Na torre há quatro mostradores do relógio e ainda dois sinos com datas de 1944. “Em 1988 aconteceu um problema no relógio e o Frei Gabriel na época pediu para o meu pai para fazer os reparos. Meu pai solicitou que eu fizesse os serviços. Eu tinha 16 anos de idade, e sigo até hoje”, disse e completou: “Meu trabalho sempre foi voluntário. Nunca foi cobrado um centavo pelo serviço prestado. E sigo prestando voluntariamente esse serviço e agradeço ao padre Júlio César Fernandes, pároco responsável, pela confiança, pois faço com orgulho”.
Ele conta que atualmente o sistema que aciona o carrilhão é automático, tem um motor que faz isso, mas até uns dezoito anos atrás era necessário acionar esse sistema com manivelas. “Sou o relojoeiro responsável por serviços no relógio da Paróquia São Carlos Borrromeu desde 1991. Quando ocorre algum problema que necessita de manutenção , sou acionado. Fiquei responsável pelo relógio da Catedral e do Mercado Municipal (2005- 2014)”, disse.
“Moro no bairro há 30 anos e esse relógio é uma referência e motivo de orgulho para nós. Escuto as badaladas dos sinos a cada 15 minutos e por aí as vezes eu me programo com meus afazeres. Esse relógio é o nosso cartão postal”, conta a aposentada Maria da Conceição de Oliveira, de 76 anos.