Avenida Dom Aguirre ganha a escultura “Bicicleta”

Avenida Dom Aguirre ganha a escultura “Bicicleta” Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 29/09/2014 às 20:22
  • Atualizado 12/09/2022 às 20:22
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Além de incentivar a apreciação e a valorização da arte brasileira, a obra quer incentivar o uso da bicicleta entre os sorocabanos. A cidade possui a segunda maior rede de ciclovias do Brasil

 

A Avenida Dom Aguirre – principal via de Sorocaba – vai ganhar a escultura “Bicicleta”, do artista plástico paulistano Gilberto Salvador. A instalação está sendo feita desde a manhã desta segunda-feira (29). Produzida em fibra de vidro, a obra de arte poderá ser vista por quem passar pela avenida, bem ao lado da ciclovia, em frente ao Terminal São Paulo.

A instalação da obra de arte é uma parceria entre a Fundação Cultural e Artística Gilberto Salvador, o Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (Macs) e a Prefeitura de Sorocaba, por meio das secretarias da Cultura (Secult) e do Meio Ambiente (Sema), com apoio da Urbes – Trânsito e Transportes e da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), que cedeu o espaço físico. A escultura integrará o acervo do Macs, que em parceria com a Prefeitura de Sorocaba cuidará da sua conservação.

A obra criada pelo artista especialmente para presentear os sorocabanos será um marco do ciclismo na cidade. O objetivo é incentivar a população a utilizar a bicicleta como meio de transporte, estimulando a atividade física e a qualidade de vida, além de poder conhecer melhor a cidade, percorrendo seus espaços, de forma a valorizar e apreciar a arquitetura urbanística da cidade.

“Essa é uma obra grandiosa, não apenas pelo seu tamanho, quanto pelo conceito que ela traz para a utilização da bicicleta. Além disso, acredito muito na ocupação do espaço público com obras de arte”, destaca o secretário do Meio Ambiente, Clebson Ribeiro.

O desenvolvimento da escultura “Bicicleta” teve como conceito a criação de um marco urbano cujo tema memorizasse e remetesse aos cidadãos o uso da bicicleta na cidade, gravando a imagem da mesma na memória visual das pessoas e dignificando seu uso.

Gilberto Salvador não se prendeu à imagem descritiva do objeto. Utilizou-se da criação de formas geométricas volumosas geradoras de sombras para materializar sua ideia. A sequência de círculos e pequenas meias luas anexadas a estes darão o movimento visual das bicicletas, assim como os triângulos que personificam seus ciclistas. O sol, portanto, será um parceiro destas volumetrias, gerando sombras que darão movimento à obra. Da mesma forma, a iluminação elaborada para o período noturno também exercerá um papel composicional.

Sorocaba possui atualmente 115 quilômetros de ciclovia, sendo a segunda maior do país, atrás apenas da existente na cidade do Rio de Janeiro. É um investimento na qualidade de vida do cidadão, uma vez que torna menor o tempo de transporte entre a residência e o trabalho. A ciclovia também é um espaço de lazer e de atividades físicas, onde o sorocabano pode cuidar da sua saúde.

 

Sobre o artista

Gilberto Salvador formou-se em arquitetura em 1969 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). Paralelamente aos estudos universitários, dedica-se à pintura e ao desenho. Expôs individualmente pela primeira vez em 1965, na Galeria de Arte do Teatro de Arena, em São Paulo.

Foi premiado com a medalha de ouro no Salão de Arte Contemporânea de Campinas, em 1967, e, nas edições de 1969 e 1970, com o prêmio aquisição. Participa de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo, e entre suas principais mostras individuais destacam-se duas exposições no Masp, em 1985 e 1995. Em 1999, a escultura Vôo de Xangô é instalada na Estação Jardim São Paulo do Metrô, na região de Santana.

Sua obra se caracteriza pela oposição entre gestual e o traço rígido, entre as formas orgânicas e inorgânicas, entre o movimento e o estático. Nelas, as formas vivas, homens, flores e animais dialogam com figuras geométricas. O crítico de arte Jacob Klintowitz publicou dois livros sobre o trabalho do artista: História Natural do Homem Segundo Gilberto Salvador, de 1985, e Gilberto Salvador O Reino Interior, de 2001.