Superlotação, macas no corredor, falta de vagas na UTI e no centro cirúrgico: funcionários falam em caos no Regional

- 31/03/2017 às 12:41
- Atualizado 12/09/2022 às 12:41
A quarta-feira (30) foi mais um dia de caos dentro do Hospital Regional, que integra o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). Ao menos, esse é o quadro relatado por funcionários da unidade para o Jornal Z Norte e para membros do Conselho Municipal de Saúde (CMS). A situação teria sido agrava ainda mais devido ao acidente ocorrido durante a madrugada na Rodovia Senador José Ermírio de Moraes (Castelinho) quando ao menos quinze pessoas foram vitimadas pela situação.
Conforme relatos dos funcionários, durante a manhã a unidade sofreu com a superlotação, gerando falta de vagas na UTI, na enfermaria e no centro cirúrgico. Os relatos ainda davam conta de que faltava anestesista na unidade, além de matérias para os procedimentos. Com toda a situação, houve registro, ainda segunda a denúncia, de pacientes em macas nos corredores e no saguão da unidade de saúde, que é gerenciada pelo estado. “Tem um monte de paciente no saguão, no corredor, de macas. Com o acidente da Castelinho superlotou aqui”, relatou uma funcionária da unidade na quarta-feira. “Está o caos aqui. Falta tudo”, acrescenta.
Outro lado
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde comentou as denúncias relatadas pela reportagem, porém, não negou o maior dos problemas e acrescentou que o problema, em partes, é gerado pelos municípios atendidos pelo CHS. “O Conjunto Hospitalar de Sorocaba esclarece que, por ser um serviço de referência, prioriza em seu pronto-socorro os casos graves e gravíssimos, principalmente de pacientes levados pelos serviços de Resgate e do Samu e ou aqueles transferidos de outros serviços de saúde e que necessitam de cuidados imediatos. Os pacientes classificados como de urgência e emergência são atendidos antes. Vale ressaltar que a unidade é referência para atendimentos de média e alta complexidade para 48 municípios, mas em decorrência da deficiência de atendimento da rede básica do município o hospital acaba sobrecarregado, atendendo cerca de 60% de casos de baixa complexidade”, diz.
Após isso, a pasta credita a denúncia a sindicalistas da unidade de saúde. “Vale ressaltar que é completamente improcedente a alegação referente à falta de materiais. Cada paciente apresenta uma necessidade de consumo e a equipe médica segue monitorando constantemente o quadro clínico de cada paciente para disponibilizar o que compreende as necessidades de todos. É preciso tomar cuidado com informações falsas repassadas por alguns funcionários ligados ao SindSaúde-SP, sindicato que faz oposição sistemática ao governo do Estado. É lamentável que o sindicato se valha de tais artifícios para confundir a imprensa e a sociedade”, expõe.
“O Hospital informa ainda que o movimento nos corredores e setores que compreendem a unidade é dinâmico. Há pacientes que aguardam no corredor para a transferência de setor; para a realização de exames, cirurgias; entre outras situações. Entretanto, vale reiterar novamente que mais de 60% dos casos atendidos no CHS são de baixa complexidade e que poderiam ser absorvidos pelas unidades de saúde dos municípios. Portanto, ressaltamos que a boa resolutividade da rede básica municipal é fundamental para que hospitais especializados e de referência, como o CHS, não fiquem sobrecarregados de casos eletivos (não urgentes) e de baixa complexidade”, diz a pasta entre trecho.
Por fim, há a demonstração de dados referente ao atendimento e sobre o novo Hospital Estadual de Sorocaba. “A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informa ainda que o governo do Estado mantém na região de Sorocaba cinco unidades, sendo duas especificamente no município de Sorocaba. São: o conjunto Hospitalar de Sorocaba e os AMEs de Sorocaba, Itapeva, Itapetininga e Itu, custeados exclusivamente com recursos do tesouro estadual”, lembra. “O custeio destas cinco unidades juntas ultrapassam R$ 205 milhões anuais no orçamento do Estado. Além disso, está ainda em construção o novo Hospital Estadual de Sorocaba, que contará com 250 novos leitos, com um investimento de quase R$ 270 milhões. Neste momento, 35% da obra foi executada e a previsão de conclusão é no 1º semestre de 2018”, termina.