Fernando Dini promove debate entre favoráveis e contrários à transferência do elefante Sandro

Fernando Dini promove debate entre favoráveis e contrários à transferência do elefante Sandro Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 05/04/2022 às 17:03
  • Atualizado 12/09/2022 às 17:03
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Um debate entre autoridades, técnicos e interessados no bem-estar do elefante Sandro foi promovido pelo vereador Fernando Dini (MDB), na noite da segunda-feira (4). O encontro discutiu o melhor destino para o elefante, que há 40 anos vive no Zoológico de Sorocaba. “Demos espaço igualitário para todas as partes, promovemos um amplo debate de maneira civilizada, pois a Câmara Municipal é caixa de ressonância da sociedade”, declarou o vereador Dini. A discussão por meio de Audiência Pública na Câmara Municipal teve o tema Parque Zoológico Quinzinho de Barros: Patrimônio da Cidade de Sorocaba e foi presidida pelos vereadores Fernando Dini e Fausto Peres. Fernando Dini trabalha para o melhor dos animais e também para a revitalização e ampliação dos recintos e do zoológico.

O gestor do Parque Zoológico Quinzinho de Barros, Fábio Alonso, expôs seu posicionamento técnico de que o transporte, por melhor que seja, significa um risco. “Então, se pudermos fazer uma adaptação no recinto do elefante, melhor é sua permanência em Sorocaba, uma vez que o Sandro está há 40 anos no Zoológico e nunca viveu na natureza”, afirmou.

O presidente do Santuário de Elefantes Brasil, Scott Blais, contou que já trabalhou com mais de 100 elefantes, fez o transporte de mais de 50 e que estudos científicos mostram que o santuário é melhor para a vida do elefante. O biólogo Daniel Moura, diretor do mesmo santuário, declarou que Sandro será assistido, mas com autonomia alimentar, de comportamento e socialização.

Representando o prefeito Rodrigo Manga, o secretário de Relações Institucionais, Luiz Henrique Galvão, citou a Ação Civil Pública em que se disputa a transferência do elefante Sandro para o santuário, mas ressaltou que o prefeito Rodrigo está aberto ao diálogo e ouviu diversos técnicos favoráveis à permanência do elefante no Zoológico de Sorocaba.

O vereador Ralfi Silva, de Osasco, destacou que o Ministério Público não manda na Prefeitura nem na Câmara e que não é porque ele pediu, que o elefante tem de ser transferido. “Eu não quero que o Sandro tenha o mesmo destino do Black. Isso não pode ser feito de forma abrupta. É preciso ouvir os biólogos, os veterinários, os tratadores e ver o que é melhor para o Sandro”, enfatizou.

A vereadora Fernanda Garcia afirmou que fez análises sobre a morte da elefanta Haisa, ex-companheira de Sandro no Zoológico de Sorocaba; bem como do chimpanzé Black, após ser transferido do zoológico para um santuário. Para ela, o santuário na Chapada dos Guimarães é o lugar ideal para o elefante Sandro viver pelo tempo que lhe resta.

O tratador do elefante Sandro, o senhor Lucílio, que acompanhou o animal quando ele veio de Pernambuco para Sorocaba, deu o seu depoimento sobre o elefante e também se mostrou contrário à sua transferência. “Tirar o Sandro de Sorocaba é assinar o atestado de óbito dele”, afirmou. Um dos líderes do movimento #ficaSandro, Luís Fernando Melati, considerou uma incoerência que o processo de transferência prevê que, caso haja reprodução, o filhote do elefante Sandro volta para o zoológico.

Entre os argumentos dos que defendem a permanência, destacam-se: o transporte do elefante, devido à longa distância, acarreta riscos; o elefante já vive há muito tempo no Zoológico de Sorocaba, era um animal de circo e nunca viveu na natureza, o que dificulta sua adaptação ao santuário; o Zoológico de Sorocaba desenvolve um trabalho de educação ambiental, entre outros. Já os que defendem a foram ressaltaram que o santuário significa dignidade e melhores condições de vida para o animal.

Também participaram

Entre outras personalidades, participaram Ana Vasconcelos, do Fórum Nacional de Proteção e Defesa animal; Ohno Cahon, do Instituto Cahon; a ex-prefeita Jaqueline Coutinho (MDB); a presidente do MDB Mulher, Daniela Barreto; o ex-vereador Gabriel Bitencourt; Eliane Consorte (presidente do Conselho Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal); Juliana Mazei (diretora adjunta da OAB Sorocaba); bióloga e veterinária Maria Cornélia Mergulhão; arquiteta e urbanista Solange Maciel; bióloga e mestranda em Ecologia Aplicada, Carolina Martins Souto; professor e do DCE da UFSCar, Raul Amorim Carvalho; o líder comunitário Renato Proença; educadora ambiental Maria Eduarda Fragoso de Oliveira; estudante de ciências biológicas Gabriel Henrique Pereira; cidadão Bruno Minoru, a ambientalista Eliete Almeida dos Santos Custódio; Jussara Fernandes (Grupo de Amparo ao Melhor Amigo do Homem); Eduardo Abdalla (Comissão do Direito Animal da OAB Sorocaba); bióloga Mônica Capitão; médico veterinário Lázaro Ronaldo Ribeiro Pulha; presidente do Instituto Cahon, Ohno Cahon; Veruska Miúra (ONG Patas Que Salvam) e médico veterinário Eric Prestes.