Como tudo mudou em 23 dias para a atual prefeita Jaqueline Coutinho

O relógio da Câmara Municipal marcava 3h06 minutos, na madrugada desta sexta-feira (02), quando Jaqueline Coutinho tomou posse como a nova prefeita de Sorocaba. Acompanhada dos 20 vereadores, a ex-vice e atual chefe do executivo recebeu a notícia da cassação de José Crespo (DEM) durante a madrugada e não esperou que o dia amanhecesse para assumir o governo.

23 dias após ela enfrentar o julgamento da comissão processante, que investigou supostas irregularidades político-administrativas praticadas, Jaqueline retornou ao poder legislativo para participar da cerimônia de posse. À época, a representante do executivo teve sete votos a seu favor e conseguiu arquivar as denúncias que caiam sobre si. Sem ter o mesmo resultado, José Crespo não obteve os mesmos 7 votos necessários para barrar o processo de suspensão de mandato.

Jaqueline assinou junto com os 20 parlamentares da casa- dos quais, 13 votaram, sem sucesso, por sua cassação- o termo de posse do seu mandato à frente do executivo, rodeada de jornalistas.  Ao som de aplausos de munícipes que estavam presentes da galeria da Câmara Municipal e a declaravam apoio, a atual chefe da cidade fez seu primeiro discurso oficial no cargo.

“Bom dia a todos, são 3h15 da manhã do dia 2 de agosto. É uma data histórica para Sorocaba, não sei se feliz ou não. Nós passamos por esse momento, que é um momento difícil no âmbito político administrativo no qual tivemos a comissão processante investigando o prefeito José Crespo. E o deslinde foi nessas horas entre quinta e sexta com a decisão soberana do poder legislativo,” discursou inicialmente.

Em entrevista coletiva, a nova prefeita explicou que foi pega de surpresa com a notícia, que teria sido dada por seu namorado, o vereador Hudson Pessini (MDB). A nova representante de Sorocaba informou também que, diferente de 2017, ainda não tem pretensões de trocar o secretariado.

Outro ponto que foi destacado pela governante foi a possibilidade de José Crespo entrar na justiça para requerer a chefia da prefeitura. “Ainda existe a possibilidade de um recurso ao poder judiciário, temos que agir com muita tranquilidade, muita cautela, para não causar uma maior desestabilidade a população,” alertou.

A nova chefe do executivo deve se reunir com os secretários das pastas do governo Crespo para decidir quem se mantem no cargo, e quem deixa os trabalhos na prefeitura.