“Protege Mulher” beneficia 464 pessoas cadastradas vítimas de agressão de seus companheiros em Sorocaba

Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 25/10/2020 às 09:00
  • Atualizado 12/09/2022 às 09:00
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Dispositivo é reflexo de uma política pública de segurança séria e comprometida

 

Na noite do último dia 7 deste mês, Maria (nome fictício, para preservar a identidade da vítima), de 50 anos de idade, estava caminhando nas proximidades de sua residência, quando foi perseguida pelo seu ex-companheiro e a agarrou pelos braços e pescoço. Ela possuía medida protetiva e mesmo assim o agressor investiu. Ela então acionou o aplicativo “Protege Mulher”. Em menos de 7 minutos, uma viatura da GCM esteve no local e, com as características físicas e roupas que ele vestia, deteve o homem de 30 anos, a cerca de 50 metros da casa da vítima. Já no dia 3 de julho, uma mulher que acabara de se cadastrar no aplicativo “Protege Mulher” foi socorrida pela Guarda Civil Municipal (GCM), que deteve o ex-marido da vítima. Ao chegar em casa, a mulher se deparou com o homem dentro do imóvel. Ele utilizou o controle remoto do portão de entrada e chaves que possuía. Diante da situação, ela acionou o aplicativo e foi atendida de imediato. O homem tentou fugir, mas foi detido pelos guardas municipais. Essas são apenas duas situações em que as vítimas foram salvas graças ao aplicativo, criado pela Prefeitura de Sorocaba.

Desde que o aplicativo de proteção às vítimas de violência doméstica foi lançado, o número de mulheres registradas no aplicativo “Protege Mulher” no sistema é de 464 pessoas cadastradas. Somente neste ano de 2020, foram realizados 111 acionamentos, dos quais 27 os agressores foram conduzidos ao DP e 24 permaneceram presos, sendo que três foram liberados. No ano passado, foram 254 acionamentos, sendo 54 conduzidos ao DP e 33 permaneceram presos, 21 foram liberados.

As mulheres interessadas em baixar o aplicativo devem comparecer, pessoalmente, ao Centro de Referência da Mulher (Cerem), localizado na Avenida Juscelino Kubitscheck, 440, e, atendendo os requisitos para ser incluídas no programa de proteção o aplicativo é ativado. Hoje, o serviço, entretanto, só está disponível para mulheres cujos aparelhos sejam do sistema Android. Nos iPhones, que trabalham no sistema operacional IOS, não é possível instalar o aplicativo.

O aplicativo que está sendo desenvolvido pelo TI da Prefeitura permitirá que ele seja baixado nos dois sistemas operacionais, mas a ativação do sistema no aparelho só será possível mediante a ida da interessada ao Cerem.

 

Como funciona

O aplicativo “Protege Mulher”, antigo “Botão do Pânico” foi implantado pela prefeita Jaqueline Coutinho, quando ela ainda era vice-prefeita. Para se cadastrar, a mulher que se sentir agredida deve, preliminarmente, procurar a polícia para registrar Boletim de Ocorrência e formalizar o pedido de Medidas Protetivas. Com o B.O. em mãos, a pessoa deve se dirigir ao Fórum e apresentar o caso à Justiça que é responsável para liberar a medida protetiva após avaliação do caso.

Em seguida, a vítima é encaminhada ao Centro de Referência da Mulher – Cerem, que está vinculado à Secretaria de Cidadania (Secid), para realizar o cadastramento no sistema e ser acompanhada pela equipe em virtude das situações de violência vivenciadas.

Nesse atendimento realizado pelo Cerem, a vítima recebe todas as orientações sobre sua participação no programa de proteção e como utilizar o aplicativo que fica conectado direto no seu aparelho celular, que deve ter internet 24 horas. Caso o aplicativo seja acionado, imediatamente um aviso com a exata localização da vítima é enviado ao Centro de Operações e Inteligência (COI) da Guarda Civil Municipal (GCM).

O cadastramento no Cerem funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h.