Novas parceiras da futura Butantan Farma vão produzir antirretroviral, medicamentos oncológicos e para doenças raras
Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre Butantan Farma e empresas privadas aprovadas nesta segunda-feira (24) pelo Ministério da Saúde permitirão ampliar produção de medicamentos essenciais para o SUS
Imagem por Agência SP e Texto por Agência SP - 25/11/2025 às 16:16
- Atualizado 25/11/2025 às 16:16
A Fundação para o Remédio Popular “Chopin Tavares de Lima” (FURP), órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) e laboratório farmacêutico público oficial do Estado que passará a se chamar Butantan Farma, teve cinco Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP) aprovadas pelo Ministério da Saúde.
O anúncio foi feito durante Reunião da Plenária do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, realizada nesta segunda-feira (24), com a presença da secretária de Estado de Saúde em exercício, Priscilla Perdicaris; do diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás; do diretor da Fundação Butantan, Saulo Nacif, do superintendente da FURP, Rogério Aun e do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
As parcerias estão sendo realizadas com empresas privadas como Cristália, Prati & Donaduzzi, BIOCON Pharma e Nortec, Blanver e Cyg Biotech, e vão permitir ampliar a produção de medicamentos para tratamento de doenças raras, como fibrose cística e amiloidose; oncológicos, como leucemias e carcinoma de células renais; e doenças negligenciadas, como o antirretroviral (HIV).
“A aprovação dessas PDPs é fundamental para garantir a produção desses medicamentos que são considerados estratégicos para o Instituto Butantan e para o SUS”, afirma a secretária de Estado da Saúde em exercício, Priscilla Perdicaris.
“Essas parcerias aprovadas hoje pelo Ministério da Saúde reforçam a nossa missão institucional de produzir medicamentos para o SUS, promover o desenvolvimento tecnológico e ampliar o acesso da população a tratamentos de ponta”, comemora Rogério Aun, superintendente da FURP.
PDPs aprovadas
- Ivacaftor 150mg: apresentação em comprimido revestido, indicado para fibrose cística, que será desenvolvido em parceria com a Cristália, com produção prevista após o término da proteção patentária que expira em junho de 2026;
- Tafamidis Meglumina 20mg: apresentação em cápsula mole, indicado para Amiloidose, em parceria com a Prati & Donaduzzi, já sem proteção de patente;
- Dasatinibe 20 e 100mg: apresentação em comprimido, indicado para Leucemias Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) e Leucemia Mieloide Crônica (LMC), parceria com a BIOCON Pharma e Nortec, já sem proteção de patente;
- Pazopanibe 200mg e 400mg: apresentação em comprimido revestido, para tratamento de carcinoma de células renais, desenvolvimento em parceria com a Blanver e Cyg Biotech, já sem proteção de patente;
- Dolutegravir 50mg + Lamivudina 300mg: antirretroviral em comprimido, para tratamento de HIV, em parceria com a Blanver e Cyg Biotech, com produção prevista após o término da proteção patentária que expira em abril de 2026.
Incorporação ao Instituto Butantan
Em 11 de novembro, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou o projeto de lei para que o Instituto Butantan incorpore a FURP, com o objetivo de fortalecer a inovação e a diversificação de medicamentos, ampliando a oferta para o SUS. Com a aprovação, a fundação passa a ser chamada de Butantan Farma, um braço farmacêutico mais ágil e com maior capacidade de inovação, alinhado às estratégias de expansão do Instituto Butantan.
Ao unir a capacidade industrial da FURP com a capacidade de inovação do Butantan, o Governo de SP vai ampliar o atual portfólio de 30 medicamentos. Há potencial para, com organização e planejamento, atingir em alguns anos seu potencial de produzir até 100 produtos e melhor utilizar sua capacidade produtiva. Dos novos produtos que a fundação planeja incorporar de maneira gradativa e planejada com a integração ao Instituto Butantan, 35 são previstos para os próximos cinco anos, incluindo os cinco projetos de PDP assinados hoje, além de parcerias bilaterais com empresas privadas para transferência de tecnologia.