Raul Marcelo solicita que PF encaminhe à Justiça a rescisão do contrato com empresa que ainda administra UPH Zona Oeste de Sorocaba investigada por corrupção

- 23/04/2025 às 16:52
- Atualizado 23/04/2025 às 16:52
O vereador Raul Marcelo (PSOL) comunicou à Polícia Federal, nesta semana, que a organização social Aceni — atualmente operando sob o nome Iase — continua responsável pela gestão da Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da Zona Oeste de Sorocaba, mesmo estando sob investigação na Operação Copia e Cola, que apura desvios de mais de R$ 123 milhões na área da saúde envolvendo o governo do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos). Com base nas novas informações, a Polícia Federal pode solicitar ao Judiciário a rescisão do contrato no âmbito da operação.
O foco da investigação é a relação entre o governo Rodrigo Manga e a entidade do terceiro setor Aceni (hoje IASE), contratada originalmente para gerir a UPA do Éden. O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo já havia considerado irregular a contratação emergencial feita em 2021. Apesar do alerta do TCE, a Prefeitura de Sorocaba assinou novo contrato milionário com a mesma organização, agora para gerir a UPH da Zona Oeste. Juntos, os dois contratos somam mais de R$ 123 milhões. Tudo isso foi denunciado por Raul Marcelo por meio de uma representação encaminhada ao Ministério Público Federal.
Mesmo após a decisão judicial que proíbe a Aceni/IASE de firmar contratos com o poder público, a entidade continua operando serviços de saúde na cidade, conforme confirmado pelo próprio prefeito em entrevista à rádio Jovem Pan. Diante da gravidade dos fatos, o vereador Raul Marcelo cobra a imediata rescisão do contrato com a IASE, sob o risco de novos desvios de recursos públicos.
Em 10 de abril deste ano, a imprensa noticiou a deflagração da "Operação Copia e Cola", que resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão na Prefeitura de Sorocaba e na residência do prefeito Manga. Durante a operação, foi apreendido um total de R$ 1,7 milhão em dinheiro, sendo que quase R$ 900 mil estavam com familiares do prefeito de Sorocaba. O principal objetivo da operação é investigar possíveis desvios de verbas públicas na área da saúde envolvendo a Prefeitura de Sorocaba e a entidade Aceni/IASE.
"É inadmissível que uma entidade investigada por corrupção continue gerindo milhões da saúde pública em Sorocaba. Precisamos agir com firmeza e respeito à investigação em curso. A manutenção desse contrato compromete o interesse público e ofende a moralidade administrativa", declara o vereador.