Profissionais responsáveis por submarino nuclear brasileiro iniciam greve na quinta-feira (21)

Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 19/03/2019 às 19:52
  • Atualizado 12/09/2022 às 19:52
Compartilhe:

Tempo de leitura: 00:00

Durante assembleias nos dias 13 e 14 de março, os profissionais da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. – Amazul, empresa integrante do Programa de Desenvolvimento de Submarinos – Prosub, deliberaram por greve a partir de quinta-feira, dia 21, após rejeitarem a proposta de 0,8% de reajuste salarial, apresentada pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais – DEST. O percentual oferecido representa perdas em relação à inflação correspondente à data-base, que foi de 3,75% (IPCA).

As assembleias aconteceram na capital paulista, com os profissionais que atuam no Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo – CTMSP, e em Iperó-SP, com os trabalhadores lotados no Centro Experimental Aramar – CEA. Os dois centros pertencem a marinha e estão diretamente envolvidos em seu programa nuclear. Na manhã de quinta-feira, na entrada do expediente, terão início manifestações e assembleias nas portarias dos dois locais e também na sede da Amazul, na cidade de São Paulo.

Além de não recompor a inflação, a proposta apresentada pelo governo não garante para o próximo ano a continuidade dos benefícios atualmente praticados. Situação semelhante aconteceu em março de 2018, quando foi oferecido 0% de reajuste e, em resposta, os funcionários paralisaram suas atividades por três dias. O dissídio coletivo oriundo desse movimento obteve vitória no Tribunal Regional do Trabalho – TRT e agora, após recurso da empresa, aguarda julgamento no Tribunal Superior do Trabalho – TST.

Segundo José Paulo Porsani, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia – SINTPq, há anos o governo promove uma política de defasagem salarial e desvalorização dos profissionais, pois, desde 2016, os funcionários sofrem com uma perda salarial acumulada de quase 10%.

“Nas últimas negociações salariais, o governo nega a recomposição inflacionária. Como se isso não bastasse, desde o ano passado tentam retirar os benefícios presentes no Acordo Coletivo de Trabalho. A greve realizada em 2018 evitou esse retrocesso e, agora, vamos lutar novamente por nossos direitos. Profissionais tão importantes para o Prosub e para a soberania nacional não podem receber esse tipo de tratamento”, afirma Porsani.

 

Sobre a Amazul

A Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. – Amazul foi constituída em 2013 com o objetivo de promover, desenvolver, transferir e manter tecnologias sensíveis às atividades do Programa Nuclear da Marinha (PNM), do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e do Programa Nuclear Brasileiro (PNB). Seu objetivo primordial é apoiar o desenvolvimento do submarino de propulsão nuclear, além de contribuir com pesquisas em radiofármacos. Hoje, a empresa conta com aproximadamente 1.800 funcionários.