Roubos e furtos de celulares em SP: o que explica a queda de 26% nas ocorrências?

Os roubos e furtos de celulares caíram nos primeiros quatro meses do ano na cidade de São Paulo. No acumulado, foram 45,2 mil queixas apresentadas contra 61,9 mil registradas no mesmo período do ano passado, representando uma queda de 26,9% nos crimes. 

O índice é resultado da atuação integrada entre as polícias Militar e Civil, que realiza operações específicas para combater esse tipo de crime na região como a Mobile e a Speed Bike. Fora isso, houve o aumento de policiais em pontos considerados críticos, onde os registros de ocorrências indicavam uma tendência de alta.

Só em abril deste ano, mais de mil aparelhos deixaram de ser levados pelos criminosos na maior cidade do país. O número de ocorrências caiu de 13,7 mil (em abril de 2023) para 12,6 mil — redução de 8%. 

A região central da capital, uma das prioridades da atual gestão no combate a esse tipo de crime, também acompanha a tendência de queda. Em abril do ano passado, 797 vítimas deram queixa de furtos ou roubos de aparelhos no 1º Distrito Policial (DP) da Sé. Já em 2024, foram elaborados 460 boletins de ocorrência na delegacia, retração de 42,8%.

No 3º DP (Campos Elíseos) e 77º DP (Santa Cecília), delegacias que correspondem a área das cenas abertas de uso, o número caiu 40%, passando de mil registros para pouco menos de 600.

Outra queda observada de furtos e roubos de celulares foi na região da avenida Paulista. O 78º DP (Jardins), responsável pela área, contabilizou 338 registros em abril, 27,1% a menos na comparação mensal do ano passado, quando houve 464 notificações. 

Especificamente, na avenida símbolo da cidade, a Polícia Civil intensificou a Operação Speed Bike, com o objetivo de coibir assaltos praticados com o uso de bicicletas. De março do ano passado até abril de 2024, foram 84 detidos, 54 celulares devolvidos e 194 bicicletas apreendidas nas ações.

A Polícia Civil também realiza na capital a operação Mobile que já recuperou mais de 2,1 mil celulares no quadrimestre, sendo que 885 foram devolvidos às vítimas. No total, 213 infratores foram presos.

Ao longo do ano passado, as operações policiais também focaram em desarticular as quadrilhas que lucram com o comércio desses aparelhos — seja enviando os produtos para outros países ou desmontando os celulares para reintroduzir as peças no comércio. Grande receptadores que atuavam no negócio ilegal foram identificados e presos em São Paulo e no litoral paulista.

Megaeventos

O trabalho realizado de forma estratégica para combater a modalidade de crime também se estende aos megaeventos realizados na cidade de São Paulo. No carnaval deste ano, a Polícia Civil prendeu 59 suspeitos e recuperou 189 celulares levados dos foliões. 

A operação Carnaval 2024 resultou na queda de 35% dos furtos e 13% dos roubos de celulares em comparação ao evento realizado no ano passado.

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Na parada LGBTQIA+, realizada neste mês, foram registrados 255 casos de furtos, 87 casos a menos do que em 2023. Os roubos também caíram no balanço, de 36 para 18 ocorrências.

As ações da polícia contaram com policiais civis à paisana, helicópteros, drones e batalhões especiais da PM, que também agem para combater a receptação de aparelhos. “O criminoso furta o celular, leva para outra pessoa e já sai daquela área. É muito rápido”, disse à época o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cássio Araújo de Freitas. Por isso, a PM intensificou o patrulhamento com as Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam) para fazer frente à criminalidade.

Números no estado

Assim como na capital, os furtos e roubos de celulares estão em queda em todo o estado. No quadrimestre, a modalidade caiu 22,9% em comparação com o ano passado. Foram 100 mil aparelhos subtraídos um ano antes. Em 2024, a polícia recebeu 77,6 mil denúncias. Só em abril, o número passou de 23 mil para 21,8 mil ocorrências, redução de 5,2%.