Contratação de investigadores e escrivães reduz déficit da Polícia Civil em São Paulo

Recomposição das carreiras diminui defasagem da instituição e fortalece o combate ao crime organizado

Contratação de investigadores e escrivães reduz déficit da Polícia Civil em São Paulo Imagem por SSP e Texto por SSP
  • 28/09/2024 às 18:12
  • Atualizado 28/09/2024 às 18:12
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Mais de 3,1 mil policiais civis e médicos-legistas começaram a trabalhar nesta semana nas delegacias do estado de São Paulo. O contingente recompõe o efetivo da instituição e fortalece o combate ao crime organizado no território paulista. 

A distribuição dos policiais formados segue um planejamento estratégico adotado pela Delegacia Geral de Polícia. Na capital paulista e Grande São Paulo, cerca de 1,1 mil escrivães e investigadores reforçam o atendimento policial. As unidades do Instituto Médico Legal recebem 52 profissionais. Os demais policiais foram designados para delegacias do interior do estado.

A contratação dos agentes reduz o déficit histórico da instituição para diferentes carreiras. Para o cargo de escrivão, a defasagem passa de 45% para 23%. De investigador diminui de 37% para 27%. Nas unidades do IML, o déficit sai de 41% para 15% para os cargos de médicos-legistas.

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'Senti que minha vida estava mudando quando vi que passei no concurso': escrivã detalha experiência na Acadepol

Nascida no interior do Piauí, Marília Sousa, de 42 anos, afirmou que sentiu que sua vida estava mudando por completo quando passou no concurso da Polícia Civil em São Paulo. “Foi uma mistura de sentimentos porque é um concurso com muitas etapas, então eu vinha há muito tempo estudando e trabalhando, sempre sonhando com o momento em que essa convocação viria.”

A escrivã de polícia se emocionou ao contar toda a trajetória que viveu desde que pisou na Acadepol, a emoção em conhecer muitos dos professores autores de livros que lia durante os estudos, o medo da transição de carreira, uma vez que sempre trabalhou na área administrativa, e a sensação em finalmente poder ser chamada de policial. Ela descreveu esse cenário como um “salto muito grande”. 

Entre as matérias preferidas de Marília estão conduta, armamento e tiro e inquérito policial. “Eu não vejo a hora de viver tudo o que aprendi aqui na prática”, contou. 

Como conselho aos que sonham em entrar na instituição, a escrivã, designada para uma delegacia da região metropolitana de São Paulo, não nega as dificuldades que acontecem no meio do caminho, mas garantiu: “No final, vale a pena. Eu faria absolutamente tudo de novo”. 

Por sua vez, a diretora da Acadepol também mencionou alguns obstáculos que comprovam ainda mais que “essa turma é vencedora”, como o de uma aluna que precisou estudar para as provas nos corredores da academia no tempo livre porque estava com a filha, de 1 ano, internada na Unidade de Terapia Intensa (UTI).

“Temos essas e outras dezenas de histórias de pessoas que não desistiram. Não fazemos ideia do que cada um estava passando na sua vida pessoal, mas a dedicação aos estudos aqui não ficou de lado. Eles venceram”, completou Márcia.

Polícia como porta de entrada para fazer a diferença

As Polícias Civil e Técnico-Científica receberam novos profissionais para recompor o efetivo e ajudar no combate à criminalidade no estado de São Paulo. Entrevistados, os primeiros colocados da turma das três profissões  revelaram um sentimento em comum ao serem questionados sobre a escolha da carreira: “Contribuir para a segurança da sociedade”.

Emocionada, Fadia Basile, que agora é oficialmente uma médica-legista, conta que sempre foi uma preocupação pessoal usar o seu conhecimento para ajudar as pessoas, e a área da segurança era a que mais lhe chamava a atenção. Alocada no Instituto Médico Legal (IML) de São Bernardo do Campo, Basile já passou pela primeira semana de trabalho e afirma que está empolgada para ajudar a equipe na elucidação de crimes por meio da medicina-legal.

Tales Gouveia diz que foi uma surpresa passar como primeiro da turma de investigadores, uma vez que todos os seus colegas se dedicaram muito. “Não sei o que o futuro me espera nesse trabalho, mas estou pronto. Vou continuar dando o meu melhor”, pontuou o investigador, que agora compõe a equipe da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jaú, no interior de São Paulo.

A escrivã de polícia Beatriz Gielfi conta que, durante a faculdade, fez o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre o ciclo de violência familiar e durante o estudo percebeu que “a polícia era a porta de entrada para fazer a diferença na vida das pessoas”. “Depois que eu tive esse olhar para a polícia eu me dediquei muito para passar no concurso, isso se tornou o meu maior objetivo”, comentou.

Motivada em fazer a diferença, Gielfi escolheu o Núcleo Especial Criminal (Necrim) em Jaú para iniciar a carreira. “Eu sei que é tudo muito novo, então a gente sente aquela energia e adrelina do começo, mas esse trabalho significa muito para mim. Daqui a 30 anos eu quero olhar para trás e ter certeza que ajudei o número máximo de pessoas que consegui”, completou a escrivã.