Base da GCM no Centro causa polêmica e deve ser entregue no início da semana; Custo da obra será de R$ 15 mil

Base da GCM no Centro causa polêmica e deve ser entregue no início da semana; Custo da obra será de R$ 15 mil Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 12/01/2019 às 13:42
  • Atualizado 12/09/2022 às 13:42
Compartilhe:

Tempo de leitura: 00:00

A construção de uma guarita da Guarda Civil Municipal em frente ao prédio da Catedral Metropolitana de Sorocaba, na Praça Coronel Fernando Prestes, tem causado polêmica na cidade e nas redes sociais. Com um custo estimado em R$ 15 mil, a nova base fixa desagradou o pároco da catedral, Padre Tadeu Rocha Moraes e foi motivo de representação da vereadora Fernanda Garcia (PSOL) ao Ministério Público, que vai dar encaminhamento ao processo. Comerciantes da região central apóiam a medida. A Prefeitura afirma que a ação não prejudicará o conjunto arquitetônico ou histórico, que faz a obra para reforçar a segurança e que a base deve ser entregue no início da semana para o uso dos GCMs.

A polêmica foi levantada na semana passada, quando um tapume foi colocado em frente à Catedral, para a construção da guarita. O padre Tadeu, pároco da Catedral e vice-presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Turístico e Paisagístico de Sorocaba (CMDP), manifestou-se contrário ao projeto, que não teria sido submetido à avaliação do Conselho antes da sua construção.

Já o comerciante Fernando Marques, que tem um estabelecimento no Centro da cidade, elogiou a iniciativa. “Tenho comércio aqui, moro no centro, meus pais moram no centro. Temos um grupo de 74 lojistas que estão favoráveis. O centro hoje está à deriva pela bandidagem. Essa base vai trazer segurança, tranquilidade para os comerciantes, para quem passa pela praça e até para os frequentadores da missa”, salientou.

A vereadora Fernanda Garcia (PSOL) entrou com uma representação no Ministério Público, nesta quinta-feira (10), para que a construção de uma base da Guarda Civil Municipal (GCM) no Centro de Sorocaba (SP) seja transferida para outro local. A representação da vereadora pede também que a obra seja discutida com o Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio de Sorocaba. Segundo a vereadora, o Ministério Público confirmou que vai dar encaminhamento ao processo.

Nas redes sociais do Jornal Z Norte, opiniões divididas sobre o assunto. A leitora Gisele Caléfe disse ser favorável, e lembrou que o Centro da cidade não tem sido um local seguro. “Para quem ainda não percebeu, o centro está cheio de marginais… Agora com esse posto, espero que esses delinquentes sumam e os cidadãos tenham mais segurança”, afirmou. Já o leitor Osvaldo Serafim questiona o local onde a obra foi realizada. “Péssimo lugar, falta de estratégia… A associação comercial e o sindicato do comércio deveriam bloquear ou embargar essa obra”.

Em reunião na última quarta-feira (9), o Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Turístico e Paisagístico (CMDP) posicionou-se contrariamente à construção, afirmando que a construção foi feita de forma “totalmente irregular”. De acordo com a resolução 392, assinada pelo arquiteto Alberto Streb, presidente do conselho, a Prefeitura deve demolir a guarita e construí-la em local “não tão próximo à edificação tombada”, com projeto elaborado por um arquiteto, pois a obra está inserida em uma área de interesse e preservação cultural e histórica.

Para o comerciante Fernando Marques, a questão é importante, mas a segurança naquela região da cidade deve ser o foco principal. “Estão falando muito de estética. A estética vem em segundo plano, porque o importante é a segurança. E falam de estética da Catedral afetada? Ela é afetada hoje com aqueles marginais que ficam sentados na escadaria da igreja”, afirmou.

 

Prefeitura prioriza segurança

A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria de Conservação, Serviços Públicos e Obras, esclareceu em nota que o valor de construção do posto fixo da Guarda Civil Municipal, erguido na praça Coronel Fernando Prestes, tem valor estimado de até R$ 15 mil.

Durante a semana, postagens nas redes sociais divulgaram valores muito superiores, chegando até a R$ 60 mil para a construção, que tem cerca de 10 metros quadrados. Em entrevista ao Jornal Z Norte, o secretário de Conservação, Fábio Pilão, afirmou que os valores que foram viralizados na internet e em veículos de imprensa eram irreais. “Não sei de onde partiu isso, mas comecei a ver alguns falando de R$ 60 mil, até R$ 150 mil, e a gente nem tinha finalizado o custo ainda, porque isso depende de medição. Mas a obra ficará em torno de R$ 15 mil reais”.

O secretário disse ainda que a obra está praticamente finalizada, faltando apenas um acabamento no telhado, que será feito nos próximos dias. “Isso não impede a utilização, mas estamos terminando esse acabamento no telhado e acredito que no início da semana já possamos entregar para a Guarda Civil a base pronta”, declarou Pilão.

Segundo a Prefeitura, “a segurança pública é hoje uma das principais demandas da sociedade e uma das mais importantes ações desse governo. Sorocaba é sede da região metropolitana e uma das principais economias do Estado, concentrando milhares de empresas dos mais variados setores. Dentro deste aspecto, a região central da cidade se destaca. Lá, residem mais de 10 mil pessoas e há milhares de estabelecimentos comerciais. Pela região central circulam mais de 90 mil pessoas por dia”.

Por isso, ainda de acordo com informações enviadas ao Jornal Z Norte pela Secretaria de Comunicação e Eventos, “auxiliar o Estado na segurança pública é papel fundamental do município. E é o que a atual administração tem feito. Importante destacar que a implantação de uma base fixa foi pedida expressamente pelos comerciantes do centro da cidade. Tal construção foi precedida de estudos e análises de especialistas na área de segurança. Nesse caso, apurou-se que a presença esporádica de viaturas não resolve o problema, assim como a presença fixa e permanente de viaturas não seriam eficazes o suficiente e não proporcionariam conforto e nem acomodariam os equipamentos de apoio aos agentes públicos”.

Para a Prefeitura, a “implantação da base permite aos guardas municipais uma visão completa, de 360 graus, de toda a praça e de todas as ruas convergentes, sendo que o local escolhido não prejudica, em nada, a eventual circulação de pessoas ou veículos e muito menos o acesso à Catedral Metropolitana. A presença de integrantes da Guarda Municipal numa base implantada na praça Coronel Fernando Prestes dará maior agilidade nas respostas às ações que dela forem necessárias”.

Sobre a polêmica quanto à consulta prévia ao Conselho, a Prefeitura esclarece “que a ‘autorização’ não foi solicitada ao Conselho do Patrimônio Histórico antes, pois a base fixa não prejudicará o conjunto arquitetônico ou histórico, pois trata-se de uma obra pequena, construída sobre o solo naquele ponto da praça, que poderá facilmente ser removida quando for garantida, culturalmente, mais segurança aos moradores e usuários da região central”.