Zebra da Copa ronda craques

Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 12/01/2013 às 11:12
  • Atualizado 30/09/2022 às 11:12
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Lesões costumam tirar ídolos de campo, nas vésperas de grandes competições. Fadiga e fraturas estão entre as causas mais frequentes, aponta especialista.


Estamos em contagem regressiva para o início da Copa do Mundo no Brasil e, na contramão, para alguns jogadores, a competição mundial já terminou, mesmo antes de começar! O motivo: as temidas lesões. São tantos jogadores machucados, das mais diversas seleções, que poderíamos montar um time de peso com estes craques. É o que já ficou conhecido como Zebra da Copa!

Dentre os desfalques mais comentados, estão: o goleiro Valdés, da Espanha; os zagueiros Arbeloa, Réver e Badstuber, da Espanha, Brasil e Alemanha, respectivamente; o lateral direito Walcott, da Inglaterra; o lateral esquerdo espanhol Jesé Rod.; os meio campistas Strootman, da França e os alemães Khedira e Gundogan, além dos atacantes Falcão e G. Rossi, da Colômbia e Itália.

Segundo o médico ortopedista Dr. Mauricio Mod, membro da regional da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia) e  membro da SBJC (Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho), que atua nas clínicas Ápice, de Sorocaba (SP) e Centro Médico São José, de Cerquilho (SP), a maioria destes jogadores atua no futebol europeu, que se encontra em fase de finalização da temporada, o que contribui com o número considerável de lesões. “Esses atletas já estão cansados e, consequentemente, a musculatura deles também está fadigada, o que colabora para a incidência de lesões, como estiramentos e distensões musculares. Além disso, os jogadores que estão no início dos campeonatos, como é o caso dos brasileiros, podem sofrer com lesões por traumas, a exemplo de fraturas e rupturas ligamentares”, explica o especialista.

Outro ponto considerável, que proporciona o aumento do número de lesões, ressalta Dr. Maurício, é a sequencia exaustiva de jogos. “Os atletas competem, simultaneamente, em vários campeonatos e a ausência de um descanso adequado, entre um jogo e outro, aumenta o risco de lesões, pois a musculatura não relaxa e não se recupera do jogo anterior”, reforça.

Muitos jogadores, por amor à camisa, acabam disputando partidas mesmo lesionados, como foi o caso de Zico, na Copa de 1986. O jogador se recuperava de uma lesão ocorrida no ano anterior e foi convocado como reserva, ainda assim, atuando em três jogos. Entretanto, comenta Dr. Maurício, este sacrifício pela seleção pode piorar o estado da lesão e, dependendo da gravidade do caso ou da intensidade do jogo, os riscos podem ser gravíssimos. “Em alguns casos, a situação piora de tal maneira, que o atleta é submetido à cirurgia, ficando um tempo maior afastado dos campos”.

O corpo humano é uma máquina e, como tal, deve estar com a manutenção em dia e, principalmente, ser conduzido de acordo com a sua capacidade. “O atleta precisa descansar, fazer alongamentos e realizar trabalhos de propiocepção para estar com toda a sua capacidade física durante a partida. Se estes períodos não forem respeitados, o atleta, certamente, vai se lesionar com maior intensidade”, finaliza.