Presidente do PT local lamenta decisão da Câmara e fala em “recibo de incompetência”
- 18/04/2016 às 03:27
- Atualizado 12/09/2022 às 03:27
O presidente local do Partido dos Trabalhadores (PT), Izídio de Brito, comentou no final de domingo (17) o resultado da admissibilidade do processo de impeachment contra a Presidente da República Dilma Rousseff (PT). Izídio falou em recibo de incompetência que estaria sendo planejado contra o partido.
“Observamos que muitos deputados com discurso de moralidade e de ética têm uma série de irregularidade na vida política, e está tentando, inclusive, usando os erros que o PT cometeu, como se fosse o único partido que erra ou errou nesse país. Então, vejo que é uma tentativa de passar um recibo de idoneidade para eles mesmos. Para mim, foi nessa linha. Nem se importaram com quem estava conduzindo processo”, avalia. “O objetivo traçado desde o processo eleitoral era a não governabilidade até o processo de impeachment. Eles conseguiram”, diz.
Ele ainda enfatizou que a Presidente não teria cometido crime de responsabilidade fiscal. A Presidente não comentou nenhum crime, nem fiscal e nem jurídica. O Congresso tomou uma decisão política, por birra. Por trás disso, pode ser que haja reforma trabalhista, privatização e até garantir por conta desta votação do processo eleitoral de vários deles, ali, em 2016, e até inviabilizar qualquer candidatura do PT. E essa peça do impeachment faz parte do planejamento deles.
Izídio ainda se mostrou pouco confiante com relação a possibilidade do processo não passar pelo Senado. “Do jeito que está a situação, nós não temos confiança nem no STF e nem no Senado. Dá a entender que foi tudo planejado. O importante é macular o Partido dos Trabalhadores como um partido incompetente para governar o Brasil. Nesse plano de trabalho, eles obtiveram êxito, mas sem medir as conseqüências com Michel Temer, que está em várias listas de acusação, e tem o belo Eduardo Cunha para conduzir o país. Quem trabalhou para isso, que fique com as responsabilidades”, termina.
Nesta segunda-feira (18), ainda segundo Izídio, as lideranças devem decidir quais são os próximos caminhos a seguir.
O processo
Apesar da votação, Dilma Rousseff segue no cargo. O processo agora vai para o Senado. Caso aprovado, Dilma ficará afastada do cargo por 180 dias. Renan Calheiros (PMDB) já sinalizou que seguirá o rito do processo, o que pode fazer com que a situação dure dias ou semanas. A previsão é que ele seja iniciado em 11 de maio. Se o processo passar pelo Senado, Michel Temer (PMDB) assumirá a presidência.