Projeto de escola municipal ganha prêmio da Fundação Nestlé

Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 26/06/2018 às 11:20
  • Atualizado 12/09/2022 às 11:20
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Promover uma alimentação saudável entre as crianças nunca foi tarefa fácil, mas isso nunca foi problema para os professores com iniciativa e criatividade. Para reconhecer esse empenho, a Fundação Nestlé, em parceria com o Instituto Crescer, criou o prêmio “Crianças Mais Saudáveis”, que todos os anos destaca educadores engajados na promoção de novos hábitos nas escolas públicas, por meio de projetos que incentivem a alimentação equilibrada e a prática de atividades físicas.

A E.M. Edemir Antonio Digiampietri, na Vila Barão, foi uma das vencedoras deste ano: o projeto “Brincadeiras Brasileiras”, desenvolvido na unidade pela professora Patricia de Oliveira Cardoso, propõe o resgate de brincadeiras tradicionais dos povos indígenas, europeus e africanos e a confecção dos próprios brinquedos a partir de materiais recicláveis, como garrafas PET e CDs usados.

“Fiquei surpresa quando soube do prêmio, porque ele coincidiu exatamente com o trabalho que eu já vinha desenvolvendo em sala”, conta Patricia, que leciona no 5o ano do Ensino Fundamental 1 e decidiu resgatar entre os alunos uma série de brincadeiras que ajudaram na formação de seus pais e avós. “As novas tecnologias distanciaram as crianças de brincadeiras saudáveis como a amarelinha, as bolinhas de gude, as cantigas de roda, e a nossa proposta foi fazer um mergulho nessas tradições, sobretudo as de origem indígena, africana e portuguesa, como uma forma de enriquecer o aprendizado”, explica a professora.

Para isso, Patricia dividiu o projeto em fases que vão da pesquisa por meio de leituras em sala até entrevistas com os pais e avós dos alunos, para saber quais eram as suas brincadeiras favoritas na infância, chegando até a construção dos brinquedos na escola pelos próprios alunos. Com a iniciativa da escola, brincadeiras antigas como peteca, “cama de gato”, boneca Abayomi, escravos de Jó, Balangandã, “pião”, amarelinha, pipa e cantigas de roda já fazem parte da rotina e das lembranças dos alunos. “Se não mantivermos essas atividades vivas entre as novas gerações, toda a sua riqueza cultural vai desaparecer e todos perderemos uma série de lições, daí a importância desse trabalho”, diz Patricia.

Tudo isso chamou a atenção dos organizadores do prêmio da Fundação Nestlé. Uma comissão especial, composta por profissionais de vários setores, escolheu 5 projetos no estado de São Paulo e 5 no estado da Bahia, entre centenas de inscritos. Os vencedores serão premiados, entre eles a professora Patricia, em cerimônias nos dias 4 e 5 de julho, em São Paulo.

Os educadores responsáveis pelas ideias premiadas contarão com acompanhamento, capacitação técnica e suporte da Fundação Nestlé. A escola também receberá R$ 35 mil para investir em benfeitorias e melhorias estruturais que favoreçam a realização do projeto. Na E.M. Edemir Antonio Digiampietri, o valor será investido na revitalização do parquinho da unidade, em materiais de cozinha e Educação Física e na implementação de sistema self-service na merenda.

“Esse prêmio reconhece sobretudo o trabalho colaborativo que desenvolvemos, nossos alunos participaram desde a escolha do nome, os pais têm contribuído até com aulas práticas sobre a utilização dos brinquedos e a diretora da escola, Mary de Oliveira, nos apoiou durante todo o processo, então o mérito é de todos”, comemora a professora.

Para o secretário da Educação, Mario Bastos, o projeto “Brincadeiras Brasileiras” comprova a importância da iniciativa pessoal na construção de uma rede de ensino