Retenção de macas em unidades de saúde deixa viaturas “presas” e leva caos ao sistema

A retenção de macas por falta de leitos fez com que viaturas do Serviço de Atendimento Médico de urgência (SAMU) ficassem retidas e a situação levou caos ao sistema de saúde da cidade. A situação ocorreu nas unidades de saúde que atendem urgência e emergência. Os relatos partiram de dentro dos serviços.

A situação não é nova, no entanto, o problema teria se agravado novamente na quarta-feira (30), quando os profissionais que atuam na rede Samu de Sorocaba enfrentaram momento de caos nos atendimentos das Unidades Pré Hospitalares, as UPHs. O Jornal Z Norte esteve na unidade da Zona Norte e constatou quatro unidades do Serviço de Atendimento de Urgência parados. Três deles estavam na garagem da unidade. Outra estava na Avenida Itavuvu. Alguns dos veículos permaneceram no local por mais de uma hora.

Os profissionais receberam recomendações para que tivessem paciência e para que fizessem o melhor pelos seus parceiros. A situação é relatada entre os profissionais como caos. Pacientes estariam há mais de três dias aguardando vagas nas unidades de saúde.

Prefeitura confirma situação

Nesta quinta-feira (31) a Prefeitura de Sorocaba confirmou a situação. “O Samu 192 esclarece que há dias está ocorrendo a retenção de macas por não haver vagas suficientes nas unidades de saúde, sejam ligadas à rede municipal ou estadual”, afirma a Secretaria de Saúde através da Assessoria de Imprensa. “Neste caso”, continua a pasta, “a viatura do Samu também fica ‘presa’ e não sai para fazer atendimentos, uma vez que não roda na indisponibilidade desse equipamento”, diz.

A municipalidade não respondeu se há perspectiva de resolver ou amenizar a situação. 

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo não respondeu aos nossos questionamentos até a publicação desta reportagem.

Mais problemas

Em visita realizada na tarde de quinta-feira à Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da Zona Norte, os vereadores Izídio de Brito (PT) e Pastor Apolo (PSB), integrantes da Comissão de Saúde da Câmara, constataram dificuldades e demora na transferência de pacientes da unidade básica para hospitais do município.

Os parlamentares foram recebidos pelo gestor da UPH, Luís Cláudio Zanzarini, que relatou demora para conseguir vagas para transferir pacientes aos prontos-socorros, em especial o Conjunto Hospitalar de Sorocaba. O gestor contou que a demanda na UPH Zona Norte é muito grande, sendo responsável por 31% dos atendimentos clínicos das unidades básicas de toda a cidade. Segundo Zanzarini, o ideal é que o tempo de permanência de pacientes na unidade seja de no máximo 24 horas, mas apresentou casos de pacientes, atualmente acolhidos, que já estão há quase 100 horas aguardando transferência.

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