“Redes de Conversa” traz Gilberto Dimenstein e Rodrigo Bandeira na Unidade Portal do Objetivo Sorocaba

“Redes de Conversa” traz Gilberto Dimenstein e Rodrigo Bandeira na Unidade Portal do Objetivo Sorocaba Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 03/10/2013 às 14:57
  • Atualizado 12/09/2022 às 14:57
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Os conceitos de ‘cidade educadora’ foram apresentados a um público interessado e participativo

 

O auditório da Unidade Portal do Objetivo Sorocaba foi palco da segunda edição do projeto “Redes de Conversa”. O tema debatido foi “A cidade como sala de aula – Os muros das escolas podem cair e a cidade adquirir um potencial educativo”, apresentado pelo jornalista Gilberto Dimenstein e pelo administrador público Rodrigo Bandeira, com mediação do jornalista Alexandre Sayad e intensa participação do público.

O primeiro convidado a falar foi o internacionalmente reconhecido Gilberto Dimenstein, pioneiro em projetos que têm a educação como mote, sempre envolvendo a sociedade e a cidade. “A cidade foi a primeira rede social criada no mundo. Um ponto de encontro de geração e compartilhamento de conteúdo”. Dimenstein apontou, ainda, que as cidades que são mais desenvolvidas cultural, econômica e socialmente são as que têm a maior diversidade possível dentro de sua composição. Para ele, algumas tribos são muito importantes para que as cidades sejam inovadoras e desenvolvam o senso coletivo e de participação. “Uma cidade que tem uma boemia ativa, tem inovação, pois tem que ter uns malucos que na madrugada tenham ideias malucas, porque ninguém é genial durante o dia, pode ser inteligente, mas a genialidade vem com a noite.”

O conceito de uma cidade educadora foi o tema central de toda a fala de Gilberto, que lembrou a todos que por muitos anos as pessoas foram criadas ouvindo frases como “não se aprende nada de bom na rua”, por exemplo. Isso fez, segundo ele, com que cada vez mais as pessoas se fechassem em seus mundos. A falta de segurança, principalmente nas grandes cidades, também criou bolhas habitacionais cujos moradores não se relacionam diretamente com a cidade em que vivem.

Para Rodrigo Bandeira, outro convidado da noite, as pessoas ainda não conhecem exatamente o conceito do que é coletivo. Os avanços tecnológicos e, principalmente, a internet, mudaram a forma com que as pessoas pensam. “A internet modificou a forma como nós podemos ser inteligentes coletivamente”, provocou ele.

Bandeira contou um pouco da sua experiência de coletividade no bairro Vila Pompeia, em São Paulo. Por lá, eles iniciaram um processo de propostas de melhorias para o bairro com participação da população o que, para o estudioso, é primordial. “Não podemos apenas esperar do poder público, precisamos usar nossa musculatura cidadã”, afirmou. Para ilustrar essa postura de inércia em relação aos problemas públicos e coletivos, ele citou a mudança de postura das pessoas com as empresas prestadoras de serviço. “Se alguém tem problemas com uma operadora de celular, por exemplo, ela faz valer seus direitos, o que não acontece com os serviços públicos, que deveriam seguir a mesma lógica. Atualmente o ‘ser consumidor’ está muito mais desenvolvido do que o ‘ser cidadão’, o que acaba distraindo a população dos reais problemas que precisam ser abordados”, finalizou.

Beto Madia e Ana Lúcia Christofoletti, pais de dois alunos do Objetivo Sorocaba, acompanharam atentamente o debate e saíram satisfeitos com o que foi apresentado. “É muito bom ver que a escola que está educando nossos filhos tem essa visão tão moderna de educação. Não é sempre que podemos ter um contato tão direto com alguém como o Dimenstein”, disse a mãe que contou com total apoio do marido que completou. “Precisamos estar em contato com a escola e aqui eles estão nos dando essa oportunidade”.

Pai de três filhos e morador da zona norte, Hudson Augusto, se deslocou até a unidade Portal para não perder essa oportunidade. “Nenhum dos meus filhos estuda no objetivo, mas como pai eu sinto que preciso estar ligado a tudo que está acontecendo na educação para que eu possa acompanhar minhas crianças da melhor forma possível”, disse ele que criou voluntaria e independentemente um aplicativo que disponibiliza gratuitamente as mais de 10 mil leis de Sorocaba.

“Foi uma noite incrível, as pessoas não queriam ir embora, pois o assunto nunca se esgota. É muito bom poder proporcionar aos pais dos nossos alunos, e também para a cidade, um encontro tão importante como esse”, avaliou Marina Jacob, responsável pelas Relações Institucionais da escola.