7ª Blitz da Biodiversidade aborda 85 motoristas na avenida Itavuvu

A ação em alusão ao Dia Mundial da Vida Selvagem tem como objetivo conscientizar os motoristas sobre o atropelamento de animais silvestres

No Brasil, cerca de 475 milhões de animais silvestres são atropelados por ano, segundo dados do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE). Conforme o atropelômetro, ferramenta do CBEE que estima em tempo real o número de animais mortos por atropelamento nas rodovias do país, cerca de 87,5 mi foram mortos até a manhã desta terça-feira (8).

E foi pensando em diminuir este número, e também em alusão ao Dia Mundial da Biodiversidade, comemorado em 3 de março, que a Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), realizou na manhã desta terça-feira a sétima edição da “Blitz da Biodiversidade”, na avenida Itavuvu, em frente ao Parque da Biodiversidade. Durante a ação, a equipe de Educação Ambiental informou 85 motoristas sobre estes números alarmantes e chamou a atenção de todos com placas, adesivos e materiais informativos. A blitz contou ainda com o apoio de Guardas Civis Municipais (GCMs).

Os funcionários aproveitaram para divulgar o aplicativo de celular Sistema Urubu, desenvolvido pelo CBEE a fim de mapear as áreas com maior incidência de atropelamentos. Por meio dele, qualquer cidadão pode contribuir com a fauna. Para isso, quando encontrar um animal atropelado basta tirar uma foto usando o aplicativo e ela é enviada para o Centro com dados do local e a hora. Assim, é possível analisar os pontos vulneráveis e propor mudanças para reduzir os atropelamentos.

O técnico em química, José Carlos Pereira, foi abordado pela equipe e aprovou a ação. “É extremamente importante a conscientização das pessoas quanto a este problema, pois isso faz com que redobrem a atenção e os atropelamentos diminuam”, ressalta. Com relação ao aplicativo, José considera uma ferramenta que, aos poucos, trará resultados muito positivos. “Se todo cidadão tiver conhecimento do Urubu e tirar a foto quando vir o animal atropelado, o problema vai diminuir ainda mais por conta das providências que serão tomadas posteriormente, quando os mapeamentos forem concluídos”, frisa.

De acordo com a coordenadora de Educação Ambiental do Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros”, Peônia Brito de Moraes Pereira, um dos motivos que leva os animais silvestres a atravessarem vias é a redução do espaço que eles têm para viver. “Existe um número máximo de animais da mesma espécie que ficam em determinada área. Se a área diminui, consequentemente alguns deles devem procurar outro lugar para viver, e, muitas vezes, durante a migração eles atravessam vias e acabam sendo atropelados”, explica.

Sorocaba

O CBEE possui um ranking das dez espécies de animais silvestres que mais morrem atropeladas no Brasil e, ainda conforme Peônia, cinco delas ocorrem em Sorocaba. São elas por ordem de maior incidência: Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), Ratão do banhado (Myocastor coypus), Capivara (Hydrochaeris hydrochaeris) e o lagarto Teiú (Tupinambis merianae). De acordo com ela, a maioria dos motoristas que, durante a blitz, afirmam terem visto algum animal silvestre atropelado, dizem ser um Gambá. “Isso confirma os dados do CBEE”, comenta.

 Em Sorocaba, segundo observação de funcionários da Sema, os atropelamentos acontecem, principalmente, na região da avenida Itavuvu, do Parque das Águas próximo ao Jardim Botânico, da avenida Dom Aguirre e da rodovia João Leme dos Santos.

 Com a ação, a equipe espera que os motoristas se conscientizem cada vez mais para que animais silvestres possam habitar a vegetação dentro de áreas urbanas, sem correrem riscos. “Se cada cidadão redobrar a atenção no volante quando estiver passando por uma área próxima à mata, os atropelamentos vão diminuir consideravelmente”, finaliza Peônia.