Pannunzio dá nota 7 para a saúde, assume problemas de governo e fala de reeleição

Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 04/12/2015 às 19:50
  • Atualizado 12/09/2022 às 19:50
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O prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) realizou nesta terça-feira (3) uma roda de conversa com jornalistas. O evento, o segundo do tipo este ano, ocorreu no Centro de Referência de Educação, no Jardim Saira. Na roda, Pannunzio faltou dos mais variados assuntos, incluindo perguntas de cunho pessoal.

 

Reeleição

Um dos assuntos abordados foi a questão da reeleição. Pannunzio se apresentou como candidato natural, mas fez ponderações. “Naturalmente, o prefeito em exercício, em primeiro mandato em exercício, se ele entender e querer ser candidato, e, evidentemente, se tiver o apoio do seu partido, é o candidato natural. Não temos nenhuma situação decidida quanto a minha sucessão. Poderei eu ser candidato? É o que a gente está conjecturando. Agora, não é uma decisão que vou tomar isolado”, afirma. “Hoje, com a minha idade, com os cuidados que tenho que ter (…) antes de tomar qualquer decisão eu tenho que ter muita concordância com a minha família. Eu quero viver com a minha família, eu quero viver com os meus netos. O governo não tem pressa em antecipar o processo eleitoral. Eu afirmei aqui e continuo afirmando. Até o presente momento, eu não sou o candidato”, lembra.

 

PT e Dilma

Antonio Carlos Pannunzio também não poupou críticas ao governo da presidente de Dilma Rousseff e ao PT. “O PT, claramente, tinha um projeto de poder, mas não tinha projeto de governo algum. Aí, levou o Brasil à essa situação horrorosa que nós nos encontramos hoje. O Brasil hoje, em termos de crescimento, só está perdendo para a Rússia e para a Ucrânia. A nossa situação é muito ruim, porque assumiu o poder um partido que se coloca como detentor do monopólio do bem, da verdade, das causas que defendiam os pobres e oprimidos e a falta de competência, a falta de valores, a falta de compromisso levou a essa situação. Eles conseguiram quebrar o país. A verdade é essa: o Brasil quebrou”, enfatiza.

 

Santa Casa, novo hospital e BRT

Sobre a construção do hospital de clínicas na Zona Norte e o BRT, pannunzio é realista. Manter dois (Santa Casa e Hospital de Clínicas), concomitantemente, seria impossível. Eu não pretendo tirar da cidade um hospital com tradição de duzentos anos. O que deu errado é que a diretoria que está lá há cerca de vinte anos meteu os pés pelas mãos. O hospital municipal não vai dar tempo. É possível que a gente venha a ter. Agora, é possível no meu governo, neste mandato, aqui? Não”, fala. “Com relação ao BRT, as coisas estão mais avançadas. Agora, nós estamos na fase final e temos os interessados. Muito provavelmente eu não veja o BRT como um todo funcionando. Mas acredito que a gente vá ver construído etapas importantes do BRT em Sorocaba”, prospecta.

 

Crise saúde e educação

Sobre a saúde, Pannunzio se disse tranquilo. Ele também assumiu problemas na educação. “Na saúde, eu estou muito tranquilo. Não obstante os problemas que a gente viveu e vive na cidade, o progresso que houve na área da saúde pública em Sorocaba é incontentável. Na urgência e emergência, nós dobramos a capacidade do município em dois anos de governo. Na área da saúde, nós temos feito muito”, afirma o prefeito que enfatizou que a cidade investe mais que o exigido pela lei no setor.

Na área da educação, Pannunzio afirmou que já entregou neste governo mais creche que em seu primeiro mandato, e que só não fez mais devido a recuada de investimento do governo federal e do governo estadual. “São 16 creches a menos”, destaca com relação ao recuo. Pannunzio também acrescentou que algumas dessas creches entregues em seu governo foram iniciadas por seu antecessor, o deputado federal Vitor Lippi”, recorda.

Pannunzio também fez referência ao cadastro único para creche na cidade. “Infelizmente, o cadastro único tem sido furado. Lamento muito a vocês, mas o cadastro único tem sido furado, por absurdo que pareça”, diz o prefeito. De acordo com ele, isso ocorre devido a liminares na justiça.

 

Licitações

Sobre as licitações, onde ocorrem na cidade diversos problemas, especialmente com relação ao Tribunal de Contas do Estado, Pannunzio criticou a legislação, mas alfinetou gestões anteriores. “O grande culpado dessa complexidade infundada dos processos licitatórios é a lei de licitações. Essa lei é horrorosa. Cabe ao Congresso entender e fazer modificações. Nós evidentemente, temos tido impugnações. Tem interesse de todo o tipo”, comenta. Pannunzio admitiu que uma das especificações técnicas da licitação do BRT beneficiavam uma empresa. “E eu não sabia e ninguém da equipe sabia. Um dos fabricantes seria prejudicado. O sistema de freio especificado não era usado por aquela empresa. Foi feita a correção. Isso acontece”, argumenta Pannunzio. Segundo o prefeito, muitos dos editais da prefeitura passaram por uma espécie de aprovação prévia do órgão de contas.  “Nós tomamos medidas internas. Não havia no passado um nível de cuidado para que a gente pudesse ficar muito tranquilo quanto a possibilidade de ter um embargo. Não havia, as pessoas faziam um pouco mais soltas”, declara.

 

Câncer

Antonio Carlos Pannunzio, pela primeira vez em público, disse que já teve câncer. “Eu tenho problema de saúde, sim. É difícil encontrar alguém na minha idade que não tenha algum problema de saúde. Eu sou hipertenso. Tenho que tomar remédio de pressão todos os dias. Eu sou deficiente auditivo. Não que eu não consiga ficar sem aparelho, mas num ambiente de barulho a situação se complica. Eu vou mais longe. Tive câncer, sim. Fiz uma cirurgia, extirpei. Graças a Deus faz muitos anos, isso”, confidencia.

Conforme Pannunzio, não se pode esconder esse tipo de situação, mas também não se pode dar publicidade. De acordo com ele, o câncer foi no rim.

 

Saúde

Questionado, Pannunzio deu nota para a saúde de Sorocaba. “É difícil você falar em nota, mas nós temos alguns dados”, destaca. Pannunzio enfatizou que as reclamações em torno da saúde nacional é de 56%, e que em Sorocaba, seria de 40%. “Já recebi cartas de pessoas que se sentem motivadas em escrever para o prefeito para agradecer o bom atendimento, que é obrigação nossa, na verdade. 10 eu não vou dar, mas também não vou dar 0. Eu colocaria que é 6, 7”, diz Pannunzio. “Os salários que nós pagamos são os melhores da região”, argumenta.

 

Relação com Legislativo

O prefeito foi ameno ao comentar a relação dele com o Legislativo da cidade. “A minha relação com o Legislativo, a minha pessoal, é muito boa. Eu tenho respeito por parte dos vereadores pelo fato de ter uma experiência de legislativo de dezesseis anos ininterruptos. Seja uma câmara municipal, uma assembléia ou o Congresso Nacional, eu sei como são as regras. A minha relação de uma maneira geral é boa”, lembra.  Os projetos de leis que foram essenciais para o nosso governo foram todos aprovados. Eu tenho que agradecer a Câmara. Tenho divergências, tenho críticas, tem essa proliferação de CPIs. Foram 21 instaladas no meu período de governo. Isso é inédito. Respeito a Casa de Leis”, comenta. Conforme ele, 97% dos projetos que ele vetou foram acatados pela justiça.

 

Crise da merenda

Pannunzio creditou parte da crise da merenda na cidade ao problema financeiro do país. De acordo com ele, as empresas prestam serviços em outras cidades, onde não estaria recebendo. “Essa crise está quebrando as empresas todas”, afirma. “É um problema que realmente nós temos e a solução só vai sair com a contratação de outras empresas”, explica.  “A gente faz o pagamento, mas o pagamento é bloqueado pelo poder judiciário”, diz.

 

Vitor Lippi

Próximo do fim do evento, Pannunzio comentou sobre a situação financeira do Paço quando ele assumiu em 2013. Ele também comentou sobre sua relação atual com o deputado Vitor Lippi, do mesmo partido. “A situação financeira da Prefeitura de Sorocaba era muito boa. O nível de endividamento era um dos mais baixos das prefeituras do Brasil. A nossa relação, da minha parte, é muito boa. Eu não tenho nenhum problema com o prefeito Vittor Lippi”, relata.

Pannunzio ainda citou as dificuldades em se retomar as obras, já que há necessidade das mesmas passarem por perícia judicial.

 

Roda de conversa

O prefeito afirmou categoricamente que a roda será usada apenas institucionalmente pela municipalidade e que todo conteúdo ficará hospedado no site da Prefeitura. “O nosso objetivo é dar máxima transparência possível. Nós fizemos essa experiência no âmbito partidário e ela foi muito boa. A forma de fazer esse diálogo com a população que foi experimentada na Secretaria de Cultura, ele se demonstrou excelente. No mundo em que a comunicação toma nova dimensão, nós não poderíamos continuar com o padrão tradicional. Essas rodas de conversas são uma fala mais descontraída”, explica. “Nós não cometeríamos a imprudência de trazer uma questão eleitoral em um próprio da municipalidade e com funcionários da municipalidade. Na verdade, eu estaria cometendo um crime. Na verdade, isso se prende a questões de governo”, garante.