Palestra sobre suicídio atrai mais de 70 pessoas na Prefeitura

Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 14/09/2019 às 14:54
  • Atualizado 12/09/2022 às 14:54
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‘Comportamento suicida e automutilação na adolescência’ foi o tema da palestra realizada pela Secretaria da Saúde, por meio da Coordenação de Saúde Mental, que reuniu 74 inscritos na quinta-feira (12). O evento foi alusivo à Campanha Setembro Amarelo e realizado no Paço Municipal com apresentação dos dados do primeiro semestre de 2019 do VIVA (Vigilância de Violência e Acidentes). Em 2019, até agosto, houve o registro de 124 notificações de violência autoprovocadas entre pessoas que moram no município.

Antes da palestra, a coordenadora de Saúde Mental, Eline Vitor, fez uma breve apresentação para explicar como funciona o atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde) na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) que assiste pacientes de diferentes graus de complexidade e promove amparo integral, principalmente às pessoas que apresentam comportamento suicida.

A médica infectologista e gestora da Vigilância em Saúde, Priscila Helena dos Santos, apresentou os dados do VIVA em Sorocaba entre os anos de 2009 e 2019, que soma 1.153 casos de violência autoprovocadas. O ano com mais ocorrências foi o de 2018, que totalizou 189 notificações.

Outro fato curioso apresentado foi que as mulheres realizam mais violências autoprovocadas que os homens, porém, os homens superam os números de suicídios. Dos 1.153 casos nos últimos 10 anos, as mulheres representam 50,5% e os homens 49,5% das violências autoprovocadasNo período de 2007 a 2018, Sorocaba somou 415 suicídios. A proporção foi de que a cada quatro suicídios em homens, ocorre um caso em mulheres.

Na palestra ministrada pela médica psiquiatra Lívea Athayde de Morais Ciantelli foram abordados assuntos do período da adolescência, como fatores fisiológicos e depressão. Ela reforçou também os benefícios da atividade física no combate ao suicídio, fatores de risco ao suicídio e conteúdo sobre automutilação.

Para Eline Vitor, a capacitação tratou de um tema que tem assombrado na atualidade. “Vivemos num período de tensão em relação ao assunto, onde o tabu e o preconceito cercam o falar sobre suicídio. O evento procurou sensibilizar quanto à necessidade de enxergarmos nossos adolescentes em seu sofrimento. Proporcionarmos, além de ajuda técnica, o afeto e acolhimento familiar, bem como ampliar o cuidado em rede”, pontua.