Mesmo com crise, financiamento imobiliário em Sorocaba aumenta 16% em um ano

Mesmo com crise, financiamento imobiliário em Sorocaba aumenta 16% em um ano Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 06/11/2015 às 15:01
  • Atualizado 12/09/2022 às 15:01
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Apesar da crise financeira que traz reflexos negativos para a economia do país desde meados do ano passado e que se intensificou nos últimos meses, o financiamento imobiliário em Sorocaba referente ao setor bancário público aumentou 16% de outubro de 2014 até setembro deste ano. A informação faz parte de dados disponibilizados pelo Banco Central do Brasil.

No período, foram negociados mais de meio bilhão de reais em financiamentos desse tipo. De acordo com os números do BC, o valor global acumulado, ou seja, dos dois bancos públicos, aumentou de R$ 3,45 bilhões para quase R$ 4 bilhões. O aumento no valor global foi de R$ 551 milhões.

Com relação a Caixa Econômica Federal, principal banco do país referente aos financiamentos imobiliários, o aumento percentual foi menor, de 14%. No entanto, o aumento real foi de R$ 440 milhões com relação ao valor total, saindo de R$ 3,1 Bilhões para R$ 3,57 bilhões. No caso do Banco Brasil, o aumento percentual foi maior – de 38%. Porém, o aumento real foi menor, de quase R$ 111 milhões, partindo de R$ 290 milhões para R$ 400 milhões.

 

Motivos

Fabiana Sevilha Cardoso, coordenadora do curso de engenharia civil da Faculdade Anhanguera explica os motivos do aumento apesar do cenário. “Em face às dificuldades financeiras da economia, construtoras e incorporadoras, além de anunciarem a baixa nos valores dos imóveis, oferecem benefícios como escrituras sem custo e se mostram bem flexíveis na hora de negociar. As facilidades e custos menores fizeram com que a venda de imóveis novos não perdesse seu crescimento”, lembra.

“O mesmo aconteceu na venda de imóveis usados, porém, em proporção menor. Percebemos, no primeiro semestre de 2015, uma grande procura por compradores de imóveis usados utilizando benefícios como FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço) e recursos próprios, para que fossem aplicados em bens palpáveis e, também, proprietários que agilizavam suas vendas, o que diminuía o valor de oferta e facilitava a negociação da venda”, diz.

O resultado referente ao período de 2015, porém, conforme Fabiana, não é tão positivo, assim. “Apesar da alta de venda de imóveis, em 2015, o mercado ainda está aquém do ano interior. Esperávamos uma continuidade na venda no decorrer desse ano devido às ofertas e facilidades já anunciadas como medida de venda das construtoras, para evitarem o prejuízo de imóveis empacados”, termina.

 

“É difícil falar que é ou não é o momento. Vai depender muito da necessidade das pessoas”, explica Carla Giuliani, professora de economia da ESAMC. “É preciso entender o caso. Há situações em que os processos já estavam em andamento foram desenrolados ou efetivados. Há ainda as situações em que as pessoas estavam casando ou em processo de separação”, justifica.

Juros e decisões – “Em todo caso, é preciso pensar, afinal, neste momento o dinheiro está mais caro”, ressalta. “É preciso, barganhar, pesquisar. Em algumas situações, o comprador precisa tomar algumas decisões como, por exemplo, escolher um apartamento menor ou em um bairro mais distante do centro da cidade. Neste caso, o comprador precisa saber onde está a área de expansão da cidade, já que alguns lugares que são considerados longe, hoje, serão totalmente urbanizados dentro de cinco, dez anos”, termina.