Respostas dadas por Crespo em audiência pública não convencem vereadores

Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 11/04/2018 às 19:18
  • Atualizado 12/09/2022 às 19:18
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O prefeito José Crespo (DEM) e sua equipe esteve na Câmara na manhã desta quarta-feira (11), em audiência pública da reestruturação da Saúde. No entanto, as respostas fornecidas aos questionamentos dos vereadores e munícipes não convenceram.

Manifestaram-se os vereadores José Francisco Martinez (PSDB), Iara Bernardi (PT), Fernanda Garcia (PSOL), Hudson Pessini (MDB), Renan Santos (PCdoB) e Anselmo Neto (PSDB) que questionaram, entre diversos assuntos, entre eles a respeito de como será o sistema de atendimento e, principalmente, para questionar os números apresentados pelos servidores técnicos.

O Controlador Geral do Município apontou que a reestruturação da saúde deve acontecer “para fazer mais com o dinheiro disponível”. Isso porque, de acordo com a tabela apresentada, a UPH Zona Leste – que funciona sob regime de gestão compartilhada – tem um custo médio por mês de R$ 2,5 milhões, realizando aproximadamente 16 mil atendimentos mensais, enquanto que a UPH Zona Oeste, que é administrada pela Prefeitura, tem custo médio de R$ 3 milhões, com o mesmo número aproximado de atendimentos.

Já Fernanda Coradini, Chefe de Divisão de Saúde Básica, apresentou números do Ministério da Saúde Segundo, de que 63% dos atendimentos do serviço de saúde deve ser da atenção básica, 22% de especialidades e 15% de urgência e emergência, mas, os dados de Sorocaba apontam que 53% dos atendimentos são emergenciais, contra 33% da atenção básica.

De acordo com ela, a atenção básica passa por dificuldades pela falta de médicos, enfermeiros e demais funcionários o que leva, inclusive, a horários ociosos no período da tarde – por falta de atendimento, em comparação a lotação das unidades no período da manhã.

Para solucionar o impasse, a intenção é remanejar profissionais para a atenção básica e transferir o atendimento de urgência e emergência, assim como a Policlínica, para a gestão compartilhada que, segundo a gestora, traria uma redução de gastos de R$ 32,5 milhões ao ano e um incremento de 480 médicos nas unidades básicas de saúde.

Insatisfatório

Vereadores e munícipes que participaram da audiência se mostraram descontentes com as respostas dadas pela equipe do Executivo. Isso porque o cerimonial fixado é de que, após as apresentações, os vereadores que quisessem poderiam fazer perguntas, mas elas seriam respondidas em bloco e não seriam permitidas tréplicas. Durante a reunião, Renan Santos sugeriu que isso mudasse, o que não foi autorizado pela equipe de comunicação do prefeito. Para Iara Bernardi, as respostas foram inconclusivas. “Precisamos de muito debate. Os vereadores fizeram perguntas em três minutos e não tiveram direito de debate. A secretária de Saúde pouco falou”, ressalta a parlamentar, que deve articular com outros. Munícipes, durante toda a sessão, gritaram palavras de ordem e reclamaram das respostas do prefeito e sua equipe.

Sem conversa

Surpreendeu também o comportamento do prefeito e sua equipe antes e depois da audiência, já que nas duas ocasiões, foram tentadas entrevistas, sem sucesso. O prefeito se negou a falar e um “cordão humano” de assessores foi formado, para evitar a aproximação dos jornalistas. A alegação era de que o chefe do Executivo teria um compromisso. Rapidamente, a secretária de Saúde Marina Elaine Pereira, disse ter esperanças de que a audiência pública tenha mostrado a importância da mudança. “É o único jeito. Não temos RH para isso”, explica. A vice-prefeita Jaqueline Coutinho (PTB) também esteve na audiência, e mostrou ter dúvidas em relação às justificativas para a terceirização. “Eu consultei a Lei de Responsabilidade Fiscal e vi que caberia à Prefeitura, na possibilidade de gastos, 54% da receita líquida, mas um dos artigos diz que o município poderia chegar até 60%, e aí eu perguntei, e o nosso Controlador me explicou que 54% compete à Prefeitura e os outros 6% ao legislativo”. Jaqueline foi a única da equipe do Executivo procurada pela reportagem que aceitou dar entrevista.