Em reunião extraordinária da Comissão de Ética, vereadores negam compra de votos e Marinho Marte se diz vítima de trama diabólica

Em reunião extraordinária da Comissão de Ética, vereadores negam compra de votos e Marinho Marte se diz vítima de trama diabólica Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 20/10/2015 às 20:44
  • Atualizado 12/09/2022 às 20:44
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A Comissão de Ética da Câmara de Sorocaba se reuniu nesta terça-feira (20) para discutir a questão envolvendo a abertura de um Inquérito Civil pelo Ministério Público para apurar suposta negociação de compra de votos para a eleição da Mesa Diretora da Câmara de 2016.

Todos os sete vereadores acusados prestaram depoimento, negaram taxativamente qualquer conhecimento ou participação em atitudes desse tipo e firmaram termo circunstanciado.

Em seguida, conforme a Assessoria de Imprensa do Vereador José Crespo (DEM), a Comissão faria contato para ouvir o denunciante, mas verificou que o promotor “não se preocupou em colher o endereço ou outros dados que permitissem localizá-lo. Diante da situação, Crespo recorreu ao delegado seccional, Dr. Marcelo Carriel, que teria acessado o RG (João Francisco Queiroz, RG 13.704.067) no sistema policial e verificou que o mesmo era falso. “Ou seja, aquele número pertence a outra pessoa, residente em São Paulo, capital”, revela o documento divulgado por Crespo. “Diante disso, ficou demonstrada que a denúncia era vazia, inconsistente, e foi designado o vereador Pastor Apolo para redigir o Relatório, que deverá arquivar o caso.

O vereador lamentou que o promotor Orlando Filho não tenha tomado os cuidados exigidos pela legislação regente, endossando uma acusação falsa e sem qualquer embasamento, e pretende ingressar com reclamação contra ele na Corregedoria do MP, nos próximos dias.

 

Trama diabólica

Já o vereador Marinho Marte (PPS) negou com veemência as acusações e se disse vítima de uma trama diabólica. “É muito estranho tudo isso em um momento em que as candidaturas estão se definindo, apesar de que não era oficialmente candidato”, afirma.  “Estou absolutamente tranquilo. A carta, a rigor, não existe. O promotor não foi atrás da identificação, não tomou nenhum cuidado. Não teve cautela de verificar o endereço. E agora? O ônus da prova é de quem acusa”, diz Marinho. “Como um promotor abre um inquérito sem checar o endereço?”, questiona. “É uma trama diabólica”, ressalta.

Marte afirma que pode entrar na justiça com relação ao caso. “Não descarto a possibilidade dos responsáveis responder civil e criminalmente pelas ações”, termina.

 

A denúncia

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) abriu um inquérito contra sete vereadores do legislativo sorocabano para investigar suposta compra de votos na eleição da Mesa Diretora da Câmara. O Inquérito foi aberto em 15 de outubro, mas as informações só vieram a tona nesta terça-feira (20).

Conforme o Inquérito, o vereador Marinho Marte (PPS), Irineu Toledo (PRB), Antônio Carlos Silvano, o Tonão (SDD), Wanderley Diogo (PRP); Waldecyr Morelli (PRP), Hélio Godoy (PRB) e Luis Santos (PROS) figuram como representados na investigação.

De acordo com o Ministério Público, denúncias dão conta de que, para as eleições da Câmara Municipal de Sorocaba, a partir de 2016, Mário Marte estaria “negociando votos por dinheiro, tendo oferecido numerário para os demais vereadores representados. Rumores sobre o comportamento do vereador Mário Marte neste sentido não são novos, porém, agora, temos dados mais concretos, e eventuais beneficiários diretos”, afirma o promotor Orlando Bastos no documento que determina a abertura da investigação. Bastos é promotor responsável pelo Inquérito.