De volta ao cenário político, ex-prefeito Flávio Chaves busca alianças para retornar ao Paço

De volta ao cenário político de Sorocaba, o ex-prefeito Flávio Chaves, agora no PSC, busca alianças para retornar ao Paço Municipal. Em visita ao Jornal Z Norte na terça-feira (29), Flávio comentou sobre a gestão de Antonio Carlos Pannunzio e ressaltou por várias vezes a necessidade de construção de uma “terceira via” política na cidade.

Flávio iniciou comentando sobre sua trajetória. “Eu acho que a gente não consegue se desassociar da política. A gente pode não estar ocupando um cargo eletivo, mas todo mundo faz política de algum jeito. Falo isso como pessoa que já ocupou cargos públicos. Já fui vereador, deputado federal, prefeito, presidente da Caixa Econômica, fui secretário de estado. Nos últimos anos eu trabalhei na Secretaria de Desenvolvimento e depois na Casa Civil, durante o ano em que o Goldmam (Alberto Goldmam) ficou como governador, quando o Serra (José Serra) saiu para disputar a eleição. Tudo isso, sem fazer muito alarde”, conta Flávio Chaves.

Segundo ele, o desafio é mudar a polarização na cidade. “Em Sorocaba, um dos grandes desafios é criar a chamada terceira via, um polo de aglutinação que a gente possa juntar forças. Normalmente, nas eleições é natural que você tenha uma polarização. Mas precisamos mudar o cenário em Sorocaba”, diz. “Nós lembramos que a eleição foi recente em Sorocaba. Teoricamente, de acordo com a campanha eleitoral do atual prefeito, não tinha problema nenhum”, alfineta. “A cidade vai se deteriorando. Nós queremos ter essa oportunidade e neste primeiro momento, até independentemente de nome, de candidatura, o que nós queremos, em princípio, é ter uma junção de forças. Eu acho que a gente pode retirar Sorocaba dessa mediocridade”, comenta.

“Eu gostaria de ser um dos candidatos, mas quando você tem um projeto como nós temos, não podemos imaginar algo. É preciso estar disposto a conversar. Temos um grande objetivo, que é fortalecer uma força que discuta a eleição de Sorocaba com uma campanha séria, sem gastos malucos, falando a verdade e discutindo o que Sorocaba realmente precisa”, argumenta. “Se nós não conseguirmos negociar força, vamos ter uma dificuldade muito grande. Nós precisamos, nesse momento, é de juntar forças e aí nós já temos tido retorno de vários partidos menores. Nós também somos um partido “menor”, mas maior em muitas coisas”, complementa.

Flávio apoia um modelo de descentralização da administração. “Precisamos na cidade de uma administração regional com autonomia. Não faz o menor sentido governar Sorocaba dessa maneira. Eu falo isso com tranquilidade porque há trinta anos, quando fui prefeito, nós criamos a primeira administração descentralizada, que era em Brigadeiro Tobias. Na sucessão, extinguiram esse trabalho”, afirma. Conforme ele, o trabalho realizado hoje nas Casas do Cidadão não é suficiente. Chaves também defende uma maior participação da população nas decisões do Executivo. “É preciso fazer uma administração com responsabilidade, que você possa cobrar, que a população tenha participação. Eu não sei como, exatamente. Pode ser um conselho, mas que precisa, isso é fato.   “É uma visão antiga de querer manter Sorocaba da maneira que está. A Zona Norte seria a primeira num eventual processo”, garante.

Flávio Chaves também falou sobre o atual cenário econômico do país. “Eu vivi muitas crises no Brasil. O buraco que cavaram é grande, mas o Brasil é maior e você não consegue enfiar o Brasil dentro desse buraco”, diz com otimismo. “Isso também se aplica à Sorocaba. Na década de 1980 a crise era muito maior. O desemprego era brutal. Houve uma crise cavalar, mas passamos por ela. O Brasil está perdendo essa excelente oportunidade que vai levar algum tempo para se recuperar em termos de desenvolvimento”, pondera. “Mas vamos passar por isso, seguramente”, acrescenta.

O ex-prefeito também destacou que disputaria com tranquilidade uma eventual eleição com o atual prefeito Antonio Carlos Pannunzio e com Renato Amary. Ele ainda ressaltou que, para o bem da cidade, também aceitaria um eventual apoio do Partido dos Trabalhares.

Benedito Sampaio, presidente do PSC, que também participou da visita,  explica os motivos do convite para Flávio integrar o partido. “Um time para ser vencedor tem que ter uma estrela. A estrela do time também não pode jogar sozinha. Então, essa é a ideia do PSC, que o Flávio Chaves bem explicou. Estamos montando uma equipe boa e que seja realmente uma grande opção para a cidade. Sorocaba merece uma equipe que tem a proposta de trabalho e de filosofia sem fantasia e promessas vazias”, afirma. “Acreditamos que o novo eleitorado pensa mais sobre o candidato para quem ele vai dar seu voto. Eu acho que esse novo eleitorado já não fica tão fascinado com promessas mirabolantes. O campeonato começou, mas nós já estamos montando o time”, termina.

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