Arrecadação de impostos em Sorocaba chegará a R$ 2 bi na próxima sexta-feira

Arrecadação de impostos em Sorocaba chegará a R$ 2 bi na próxima sexta-feira Imagem por Jornal Zona Norte e Texto por Jornal Zona Norte
  • 10/10/2014 às 11:22
  • Atualizado 12/09/2022 às 11:22
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A arrecadação de impostos em Sorocaba chegará a R$ 2 bilhões na próxima sexta-feira (17). A informação é do Impostômetro, ferramenta da Associação comercial de São Paulo que calcula os tributos de todos os municípios brasileiros.

De acordo com a medição, são arrecadados por dia na cidade R$ 6.89 milhões. Ou seja, cerca de R$ 278 mil por hora e R$ 4,78 mil por minuto.

Para se ter ideia, o valor é 20,7% maior que a arrecadação do mesmo período do ano passado, quando o Impostômetro apontava arrecadação de R$ 1.656 bi.

Ao comentar a alta carga tributária, o presidente da Associação Comercial de Sorocaba (ACSO), Nilton da Silva César, lembra que apesar do Governo Federal ter promovido desonerações para alguns setores e mesmo com a estagnação da economia, a arrecadação de impostos não para de crescer.

“A arrecadação está crescendo muito mais do que a economia brasileira. O contribuinte paga muito e não recebe o retorno compatível, já que os serviços públicos (saúde, educação, segurança e outros) são de péssima qualidade. O brasileiro não aguenta mais arcar com essa desumana carga tributária. É necessário um debate amplo sobre o tema e quem paga essa enorme conta deve exigir impostos mais justos ou melhor aplicação dos recursos por parte de quem recebe”, resume o presidente da ACSO.

Para concluir, Nilton destaca que os constantes aumentos da carga tributária brasileira deixam bem clara a dificuldade que o País tem de expandir o seu comércio exterior e também de incentivar a produção nacional. “Com uma carga tributária tão alta é impossível competir no mundo globalizado. Tenho convicção de que um dos maiores entraves da economia brasileira é esse descompasso entre o que se arrecada e o que se investe em infraestrutura”, finaliza Nilton César.

“A carga tributária no Brasil é absurdamente alta. Isso onera a empresa e reflete diretamente na competitividade dos produtos, tanto no mercado nacional, como no mercado internacional”, acompanha Erly Syllos, diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp – Sorocaba). “Com relação as importações, o produto chega ao Brasil com uma carga menor fazendo com que os produtos de fora sejam colocados num patamar de competitividade bem superior ao que nós podemos suportar”, garante.

“Houve, sim, um aumento forte no consumo dos brasileiros, especialmente, na nova classe média. Mas esse consumo se voltou para os produtos importados. E são muitos os problemas do Brasil, a começar pela falta de incentivos para exportação”, destaca. “Com essa situação, estamos caminhando para uma desindustrialização. Por isso, o nível de emprego está caindo, especialmente na indústria. Aqui em Sorocaba, há um sinal de alerta, especialmente no setor automotivo.”

Para Erly, a reforma tributária é urgente. “Essa reforma tributária tem necessidade de ser imediata. Quem for eleito, não importa o partido, precisa fazê-la no primeiro ano de governo se quiser evitar algum tipo de desgaste. Fala-se nessa reforma há vinte anos e ela não acontece”, conclui.

A posição é parecida com a do secretário de governo João Leandro da Costa Filho. “O que nós entendemos é que a carga tributária no Brasil é muito pesada. Então é preciso ser revisto. Para isso, é preciso ter a vontade do Governo Federal e um Congresso Nacional comprometido com essa mudança”, comenta. “No entanto, o Governo Federal não teve peito e nem coragem para fazer a reforma tributária. Isso trás prejuízo para todos é um problema que o próximo governo precisa enfrentar”, termina.

 

Impostômetro

Os dados fazem referência a tudo que é incidente sobre os rendimentos, como salários e honorários, por intermédio do Imposto de Renda Pessoa Física, além de contribuição previdenciária (INSS) e, por fim, as contribuições sindicais. Como todos os brasileiros, os sorocababos ainda pagam impostos sobre o consumo, “invisíveis” nos preços dos serviços e produtos, como PIS, ICMS e IPI, no patrimônio (IPTU, IPVA, ITR, entre outros) e taxas como limpeza pública, emissão de documentos. 

O “Impostômetro” leva em consideração as arrecadações em todas as esferas administrativas, entre elas a municipal.

A marca de R$ 2 bilhões deve ser atingida entre as 3h e às 6h do dia 17.